Características do tomate (Solanum lycopersicum) utilizando abelhas nativas (Bombus atratus) como polinizadores no cultivo em estufas

Resumo

No Uruguai, a produção de tomate (Solanum lycopersicum) em estufas apresenta problemas de polinização que limitam sua produção. O uso de abelhas (Bombus spp.) como os polinizadores podem contribuir para superar esse problema, uma vez que realizam a "polinização por zumbido", um comportamento necessário para polinizar as máscaras e principalmente o tomate. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da abelha nativa Bombus atratus (abelhão) sobre a porcentagem de frutos, peso, diâmetro, número de sementes e número de lóculos de tomate (variedades lapataia e elpida). Foi realizada uma experiência no departamento de Canelones, onde foram coletados os frutos de flores polinizadas por abelhas e as flores não visitadas por insetos; e duas experiências em Salto iguais às de Canelones, mas que incluíam flores tratadas com hormônios. Nas três estufas, a visita das abelhas às flores aumentou o conjunto de frutos entre 13 e 47% em relação ao obtido em flores não visitadas pelos insetos. A ação polinizadora das abelhas também melhorou significativamente o peso, tamanho e número de sementes em comparação aos frutos obtidos de flores sem acesso aos polinizadores em duas das três experiências realizadas. Por outro lado, nas duas variedades de tomate, foi encontrada uma correlação positiva entre o número de sementes e o peso (R2 = 0,37, R2 = 0,53; lapataia, elpida, respectivamente). Este estudo é o primeiro no Uruguai a mostrar os benefícios do uso de abelhas nativas para melhorar a produção de tomate em estufas.